Memórias do Cotidiano






"Machado de Assis escreveu que Funcionário Público tem hora pra entrar e hora pra sair do trabalho, mas Servidor Público tem hora só pra entrar!"

"O Servidor Público tem um valor inestimável porque aplica seus conhecimentos e exercita suas habilidades pra prestar atendimento de excelência à comunidade. O Servidor da Saúde tem um valor ainda maior porque aplica seus conhecimentos e exercita suas habilidades pra promover a prevenção e o restabelecimento da saúde das pessoas."

"Gestão de pessoas deve ser entendida como investimento no capital humano e deve ter como finalidade o desenvolvimento de ações voltadas à melhoria da qualidade de vida do profissional da saúde."

Olha o nível dessas resenhas, pinçadas no lançamento do livro Memórias do Cotidiano 3, anteontem, no Centro de Convenções Rebouças.

Memórias do Cotidiano? Qual é a desse livro? Brotou de onde? E já tá na terceira versão?

Começou no Hospital Santa Tereza de Ribeirão Preto, em 2016, nas atividades do Projeto de Preparação para a Aposentadoria.

Os servidores revelavam que se sentiam como meros números ao irem embora: uma vida inteira dedicada a cuidar da vida dos outros pra no fim da carreira virar só estatística!

Nas rodas de conversa, expressavam suas angústias ao constatarem que, depois de trinta, trinta e cinco, quarenta, cinquenta anos "fazendo saúde", não tinham como deixar seus legados, compartilhar suas vivências, suas experiências, suas bagagens, contar suas histórias, perpetuar suas memórias. 

Ah, memórias! 

E qual a melhor forma de eternizar memórias?

Registrá-las num livro!

E foi isso que o pessoal do Hospital Santa Tereza fez!

Em 2017, foi publicada a primeira edição do "Memórias do Cotidiano", com vinte e quatro narrativas de servidores aposentados e em processo de aposentadoria.




E deu tão bom que, em 2021, a Secretaria de Estado da Saúde partiu pra segunda edição - expandida - composta pelos relatos de trabalhadores de todas as Coordenadorias: histórias individuais que, à primeira vista, retratam percepções isoladas, subjetivas, "particulares" mas, quando consideradas em seu conjunto, se identificam, se complementam, se cruzam, convergem, "conversam", "ornam" (como se diz aqui no interior)  e acabam se revelando capítulos de uma história macro - essa mesma, a própria! - a do Sistema Único de Saúde.

É bem isso: cada servidor, ao registrar suas memórias, contribui pra contar a história do SUS!




Tem ideia da dimensão disso?

Tudo indica que o pessoal da Coordenadoria de Recursos Humanos tem consciência mais que plena da relevância desse legado, porque pediram mais! 

E veio o Memórias do Cotidiano 3, com o objetivo de apresentar as relações dos servidores com as edificações - é isso mesmo: os prédios, os locais de trabalho - descrevendo suas vivências do cotidiano profissional e pessoal e as histórias do patrimônio imobiliário.

Pelo menos era essa a ideia pro mais novo volume do Memórias do Cotidiano, que a gente pode até chamar, carinhosa e orgulhosamente, de "Biografia do SUS do Estado de São Paulo".

Mas é que quando se fala em registrar lembranças, não há como deixar de lado as histórias vividas pelos servidores da saúde em seu contexto de trabalho e o imensurável impacto que causaram na formação profissional e humana de cada um. 

E aí não teve jeito: tiveram que dedicar uma seção todinha do livro pra acolher muitos relatos alegres,  outros nem tanto, aqueles divertidos, alguns reflexivos, protagonizados pelos próprios servidores ou por colegas ou por pacientes, todos de passagens que jamais poderiam ser esquecidas.

E o lançamento teve todo o glamour, pompa e circunstância a que fazia jus! "Aquele senhor evento!" A Mostra de Recursos Humanos, promovida pela Coordenadoria de Recursos Humanos, em homenagem ao Dia do Servidor Público.




Com direito à apresentação - não, apresentação não, senhor! - pode rebobinar a fita pra contar o que aconteceu com fidelidade: com direito a show do Coral da Secretaria de Estado da Saúde!





Que espetáculo! Repertório requintadíssimo, especialmente formatado pra retratar, em verso e melodia, o que é ser servidor da Saúde em condições normais de temperatura e pressão - que, vâmo combinar, já é um baita dum negócio fora da curva - e em tempos de pandemia, em que essa "vida loka" acabou sendo multiplicada pelo infinito ao cubo.

Ah, bateu curiosidade de saber as músicas que o Coral SES emplacou pra "derreter" todo mundo?

Vai vendo o grau: Primavera (Tim Maia), Prelúdio (Raul Seixas), Andar com fé (Gilberto Gil), Maria, Maria (Milton Nascimento) e, no bis, Um novo tempo (Ivan Lins).

Ah, fala sério! Que sensibilidade! Que momento! E a emoção transbordou pelos olhos! Todo mundo "se acabando", naquela vibe de Pescador de Ilusões.

"Valeu a pena, ê! ê!
Valeu a pena!"
 
Valeu a pena mesmo! Pensa na honra e no orgulho de poder fazer parte de um projeto tão extraordinário, celebrar in loco o lançamento de um livro tão significativo pra todo servidor da Saúde.

Pensa na alegria de ver registradas, na história da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, as histórias de um pessoal lá do tão, tão distante Departamento Regional de Saúde de Presidente Prudente, o nosso DRS XI.

Valeu demais a pena!

Um dia alguém vai ler que teve um povo que veio lá do sertão (que veio lá do sertão...) pra contar que acordava cedo todo santo dia e arregaçava as mangas pra "pensar e fazer saúde", porque sabia que cada papel que chegava era uma vida, quase sempre de gente sofrida, que precisava da atenção, do conhecimento e da ação de cada um deles pra ser cuidada com zelo, dignidade e carinho.

E periga até de se surpreender ao dar conta de que nenhum deles era médico, enfermeiro, dentista ou tudo que é técnico de tudo que é especialidade. 

Óbvio que são imprescindíveis - tão sim lá na prateleira mais alta - e merecem todo o reconhecimento, respeito e admiração.

Mas aqui, nas nossas histórias, protagonista é a Serviços Gerais, que atende o usuário SUS ali, no balcão do Protocolo; 

Protagonista aqui é o Vigilante, que orienta o cidadão a entregar, no Núcleo de Gestão Assistencial, lá na Rampa 3, os trocentos formulários do Pedido Administrativo de Medicamento;

Protagonista aqui é a Moça da Limpeza, que da aquele talento no espaço onde a gente passa um terço do nosso dia; 

Protagonista aqui é o Oficial Administrativo, que passa o dia inteiro expedindo Autorização pra Internação Hospitalar e Autorização pra Procedimentos de Alta Complexidade;

Protagonista aqui é o Motorista, que tem a responsa de conduzir a gente pra tudo que é missão e, de quebra, tem Doutorado em Integridade, além de um coração que não cabe no peito, porque insiste em não parar de crescer, na mesma proporção, em volume e bondade;

Protagonista aqui é o pessoal do Núcleo de Administração Patrimonial e do Centro de Gerenciamento Administrativo, que vive apagando incêndio, desenrolando B.O. e moendo a farinha pra dar tudo que é suporte pra todo mundo poder trabalhar com o mínimo de decência;

Protagonista aqui é o bonde do Núcleo de Recursos Humanos, que cuida da nossa vida funcional, "faz os corre" pra gente poder receber nosso salário todo santo mês e "mexe o doce" pra gente finalmente alcançar a mais que merecida aposentadoria.

Bateu curiosidade de novo? Agora pra ler as narrativas?

É só clicar aí no link! Tá aí o Memórias do Cotidiano 3, na íntegra, pra mergulhar de cabeça!



Lógico que vai ter que conferir as nossas primeiro, né?

A história do "Palácio da Saúde" tá na página 48 e a do "Dr. Francisco José, o Chico, Coração Gigante, tá lá na 135.

E também pode dar uma olhada nas duas, em suas versões originais, daqui do blog mesmo, clicando nos links aí abaixo:



Ah, pensa num "Zé Cutivo do SUS" que tá pleno e realizado por ter tido o privilégio de poder servir de instrumento pra registros tão grandiosos!

"Valeu a pena, ê! ê!
Valeu a pena!"

Comentários

  1. Parabéns pelo seu trabalho e por fazer parte de um livro, Memórias da Saúde. 👏👏

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