O Diabo se achou no direito!

 


O Diabo implorou clemência 
Ajuizou uma Ação de Revisão Especial
No Superior Tribunal Celestial
Pra todo o seu mal suplicou indulgência 
Solicitou a apreciação com máxima urgência 
No amor do Pai fundamentou seu pedido
Usou o precedente do filho arrependido
Com firme esperança "se armou" pra Audiência 
Chorou feito criança na Videoconferência 
E mais ainda quando ouviu o veredito: Indeferido!

O Diabo ficou deveras inconformado
Interpôs Embargos de Declaração 
E - pra surpresa de ninguém - ante mais uma denegação 
Partiu pra Apelação contra o Acórdão prolatado
Alegou ter seu direito de defesa cerceado
Reclamou contra a perseguição reiterada
Asseverou sua conversão incondicionada 
Assegurou que tinha provas contundentes
E protocolou Embargos Infringentes
Petição julgada inepta: Negada!

O Diabo espumou de tanta irresignação 
E, sacando que era zero sua chance de Anistia,
Da pena requereu o recálculo da dosimetria
Apontando o exagero de sua condenação 
Que no Céu impossibilita sua reinserção 
Exigiu, por conseguinte, a remissão da metade
Pra cumprir em reclusão só por "meia-eternidade"
Pra fazer valer um direito mais que notório:
A progressão de regime do Inferno pro Purgatório!
Arguição não acolhida: Absoluta Nulidade!

O Diabo viu que já não tinha mais condição 
Por mais que tentasse vencer pela teimosia
Teria sempre revelada sua hipocrisia
Desistiu da lide por falta de argumentação 
Mas - pra variar - escancarou sua insubordinação
Na Câmara das Legiões aprovou uma lei bem fuleira
Pra emplacar uma blindagem de forma sorrateira
Mas o Senado das Potestades barrou o nefasto Concílio 
E o Diabo foi condenado - de novo - à prisão em domicílio 
Com um adereço no calcanhar: uma bela tornozeleira!

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