Sextou, Textou! Tri-(Des)encontrou...



Encontro e Desencontro, 2002 - Arcangelo Ianelli
Parque Jardim da Luz - SP


- Ah, vá! Encontro e Desencontro? Outra vez? Do mesmo cara? Não era um quadro? O do Sextou, Textou! da semana passada?

Sim! É o mesmo título da pintura que a gente trouxe pra dar um up no (Des)encontro de sexta passada, sim! 

E sim, também! É do mesmo cara, sim! Arcangelo Ianelli, o Artista Essencial! 

Pintou o  Encontro e Desencontro lá na década de setenta e, trinta anos depois, resolveu retratar o mesmo tema, em mármore!

Genial a assimetria, né? Tá junto, mas não tá encaixado! O cara fez um 3-D da convergência-divergência que tinha representado no plano da tela três décadas antes! Encontro e Desencontro, ao mesmo tempo...

E olha só o que escreveu, no modo "Profecia", o não menos essencial Ferreira Gullar, no poema No limite do ver, dedicado ao amigo, em 1991.


"Não é mais mostrar as formas do mundo ou do sonho, da natureza ou da imaginação. 
Não é mais figurar, descrever, representar, narrar, aludir.
Não há alusão. 
Nem tampouco ênfase, orquestração das dissonâncias, dos conflitos de formas e cores.
Não há conflitos."


Pois é! Ideal pra fechar a trilogia do Sextou, Textou! que vai ser publicada pela Editora Lontra na coletânea (Des)encontro de Histórias II!

Aquele abraço, Lontra!


Se um é pouco e dois é bom, três é...
Melhor ainda!

A gente agradece de coração pelos três textos selecionados pro livro! 

GRA-TRI-DÃO enorme pela oportunidade!

E se é pra finalizar mesmo, bora então pro (Des)encontro definitivo! Pelo menos aqui no plano material, né?

- Ah, não! História de morte? Mas o Sextou, Textou! não é só alegria, descontração? Não é pra ser leve, informal? Como se a gente tivesse no happy hour, beliscando um petisco, tomando uma gelada e jogando conversa fora? E o tal do puro creme do tudo de bom? Aí vem com papo de morte? Fala sério!

Opa, relaxa! Paz no coração!

Que aqui a gente manda invertida até na tristeza mais doída! A gente se vira nos trinta pra encarar com fé e otimismo aquela hora mais dura!

Porque a gente não desiste da felicidade de jeito nenhum! Mesmo que a gente tenha que buscar na graça um alento pra não desabar! No popular, é rir pra não chorar!

- No popular, é fazer bagunça no velório pra disfarçar o sofrimento! Essa tal de felicidade plena aí não existe, meu chapa! Isso é utopia!

Bom, aí a gente é obrigado a chamar pra conversa o nosso querido Ianelli, virtuose também das palavras.


"A utopia está lá no horizonte. 
Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. 
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. 
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. 
Para que serve a utopia? 
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar!"


É isso! Bora seguir em frente, Mestre! Bora seguir em frente...

Extrapolado o limite do ler, pelo imergir, pelo sentir, pelo viver...

Não há desencontros!

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